quinta-feira, março 28, 2024

Com apoio da Contracs, sindicato de Las Vegas vence guerra com cassinos

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Na última semana, os sindicatos que representam 36 mil trabalhadores nos cassinos Ceasar e cadeia MGM, em Las Vegas (EUA), demonstraram que, se unificada, a classe trabalhadora é capaz de superar qualquer grupo empresarial.

Com apoio da Contracs (Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços), que gravou um vídeo de apoio durante o 3º Congresso Nacional dos Trabalhadores no Ramo Hoteleiro, e sob o lema “seu futuro é agora”, os sindicatos dos trabalhadores culinários e dos barmen arrancaram cláusulas que melhoram as condições nas áreas de saúde, segurança ocupacional e formação profissional.

As duas organizações são as maiores representações de trabalhadores imigrantes do estado de Nevada, onde fica Las Vegas, sendo 55% de trabalhadoras e 54% de latinos.

O contrato inclui uma linguagem inovadora sobre segurança do trabalhador em relação a assédio sexual, carga de trabalho, tecnologia e imigração, com medidas protetivas em relação ao desemprego causado pela automação e treinamento multilíngue. Além de aumentos salariais, de benefícios de saúde e pensão.

As entidades filiadas à Unit Here representam bartenders, atendentes de quarto de hóspedes, servidores de coquetéis, servidores de alimentos, carregadores, mensageiros, cozinheiros e trabalhadores de cozinha.

Em assembleias históricas que reuniram mais de 25 mil pessoas, os trabalhadores cujos contrataos expiravam no final de maio, haviam decidido por uma greve que custaria mais de US$ 300 milhões para a Caesars Entertainment e MGM Resorts em Las Vegas.

A úlltima grande paralisação de um sindicato da UNITE HERE aconteceu em Atlantic City, em 2004, durou 34 dias, e terminou com outro grande acordo.

Segundo a diretora do Solidarity Center, braço da Unit Here, Jana Silvermann, o trabalho de base é o que faz a diferença num ambiente desfavorável como o dos complexos de lazer nos EUA.

“A Unit Here opera em um complexo jurídico muito desfavorável e 90% dos trabalhadores estão representados pelos sindicatos. Isso é resultado de muitos encontros com a base, diretorias que refletem sua realidade, com dirigentes mulheres e imigrantes, e conselhos de olt (organização no local de trabalho). Essa mobilização e, consequentemente, a conquista, é fruto de muitos anos de trabalho entendendo que o sindicato se constrói de baixo para cima e não o contrário”, afirma.

Para o secretário de Relações Internacionais da Contracs, Eliezer Gomes, a luta dos trabalhadores do setor hoteleiro nos EUA serve como inspiração para os brasileiros.

“O que vimos em intercâmbio que fizemos pelos Estados Unidos foi um trabalho de base muito bem feito, então, essa conquista não causa nenhuma surpresa por se tratar de uma ampla aliança que envolve também a luta da Unit Here e demonstra que somente unificada a classe trabalhadora conseguirá fazer frente ao capital internacional que atua em bloco”, explica.

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